quarta-feira, 22 de agosto de 2012

APESAR DO GOVERNO


A safra 2011/2012 novamente bate recorde, o governo comemora, mas a inflação sobe justamente pelo aumento nos preços dos alimentos. A justificativa é imediata, quebra da safra americana. É assim quando acontece algo de bom na economia movido por cenário favorável externo, é o governo o responsável, é a boa gestão "nunca acontecida antes na historia deste país", quando é o contrario a culpa é da Europa, dos EUA etc. O governo nunca faz nada errado, também ninguém fala, que mesmo com a quebra da safra americana eles conseguem produzir só de milho 1,5 vezes mais que toda produção de grãos brasileiros. Com todo esse recorde a nossa produção é fraca, a safra deste ano deverá crescer 2% comparada com a anterior, algo em torno de 3 milhões de toneladas para se chegar a 166 milhões de toneladas, isso porque o Brasil é o maior país do mundo em área agricultável, temos mais terras para plantar, portanto condições de produzir mais que os EUA, mas conseguimos nem produzir o sufiente. Quais são as nossas limitações? Ou é porque o governo não leva a sério a produção de alimentos? Vejamos:

O governo se contenta em auxiliar o financiamento à produção cuja facilidade de acesso não é linear, esquece de fazer infra-estrutura para o escoamento da produção desestimulando a produção.




Na votação do Código Florestal, neste ano, se percebia uma intransigência do governo com a ala ruralista, levando, a presidente a dar declaração desnecessária. “Este código não será o sonho dos ruralistas”. Parece que o desejo seria peitar os produtores de alimento, e mostrar a ala socialista, ambientalista, etc. que os que enriquecem no meio rural não terão facilidades. É o exemplo daquilo que eu falei na postagem anterior: conseguem tomar medidas capitalistas, mas não possuem o espírito. É esse o mais sério de nossos gargalos. Amalgamar tendências socialistas no processo de evolução de nossa economia, não é nada novo, procede desde o equivocado governo de Getulio Vargas.

Os governos sempre encontram desculpas para apresentarem no momento do fracasso. Como aconteceu com o milagre econômico dos militares na década de setenta. Delfim Neto, culpou o aumento do preço do Petróleo. Claro, quando se fracassa economicamente, fica sem dinheiro para comprar o que necessita. O pior é que essa desculpa entrou para os livros didáticos que ensinam errado o estudante brasileiro. A idéia de Estado Forte na economia permanece como possibilidade viável.

Veio, então, o Fernando Henrique Cardoso, socialista light, porém a situação era tão crítica, na época, que ele não teve tempo de brincar de socialismo e fez o que deveria fazer para organizar o governo e oxigenar a economia. No entanto, ele criou em 1999 o Ministério de Desenvolvimento Agrário e encheu de pensadores socialistas, com isso não souberam definir o caminho do Desenvolvimento Rural, para pelo menos aproximar a nossa produção da americana.

O resultado é esse, avançamos pouco na produção de alimentos nos últimos 10 anos, mas crescer 2% é bater recorde, é o que importa para o governo, porque o marketing sabe trabalhar a situação em favor do governo, bradam: “O Brasil bate recorde na produção de grãos”, aí vem junto a este recorde, inflação nos alimentos que afetará, principalmente, os menos favorecidos.

Imbuído nessa realidade, não sobra produção para manter estoques regulatórios do governo, deixando a solução para a sorte de não acontecer nenhum ano de vaca magra, determinado pelo ciclo climático.

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