quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NEOLIBERALISMO


A evolução do capitalismo no século XVI apresentava uma desenvoltura que esbarrava em um dos problemas, o mercantilismo, onde o Estado interferia substancialmente na economia e nesse momento feria umas das leis mais importante da economia que era a competitividade. Não há como competir com o Estado, daí surgiram correntes a favor do liberalismo econômico, onde o Estado ficasse fora da economia e o mercado fluiria pelas leis naturais.
No inicio do século XX, se admitia regulamentação e uma pequena intervenção do Estado, chamou-se então de NEOLIBERALISMO.
As reformas administrativas de Getulio Vargas foram contrarias a esses princípios. O país se tornou ambíguo com economia Estatal e Capitalista onde a primeira desfazia o que a segunda construía, caminhamos em direção a pobreza, com ausência do Estado naquilo que era essencial e que daria suporte ao desenvolvimento do país.
Veio o Costa e Silva repetiu os erros de Getulio Vargas, criando em suas reformas administrativas mais de 300 estatais, resultou num milagre econômico de pouca duração. Culparam o aumento do preço do petróleo. Não foi, mesmo que o petróleo tivesse mantido o seu preço de U$ 3,00 cairíamos no mesmo colapso que mergulhamos na década de 80.
Então Collor de Melo depois de um vasto período de desastroso governo, deu o pontapé nas estatais iniciando as privatizações. Acredito que ele nem sabia que atirava o país para o Neoliberalismo. A esquerda gritou contra, infernizou, mas, prosseguimos. O país começou a mudar, a credibilidade dos mercados brotaram e rapidamente as reservas avolumaram-se.
Itamar, mesmo de má vontade continuou o processo e finalmente FHC acelerou sem, no entanto, consolidar.
Em 2003 a Esquerda assume o governo com um Projeto ambicioso de Poder, criticando, mas sem alterar o processo de avanço do Neoliberalismo no país, a principio.
As esquerdas, assim como muitos intelectuais, tem um inflexível discurso. Embora tenham falhado no mundo inteiro, eles não revêem. Não perceberam a queda da muralha de Berlin, e quando as coisas se acomodam repetem os erros, paralisam o processo, criam novas estatais e ressuscitam outras, afinal os prejuízos não são visíveis ao eleitorado. O importante é salvar o discurso e não país. Bonito, é se declarar socialista. Percebem, mas não admitem que é o liberalismo econômico que está dando certo, portanto, é necessário execrá-lo, faz parte do belo discurso da esquerda. Os bons resultados responsabilizam o Presidente, ele sim, é milagroso, consegue transformar o país sem fazer reformas. É um verdadeiro milagre.

COERÊNCIA POLÍTICA


O Fernando Henrique Cardoso é um neoliberal, não sei se ele admite isso. O PSDB é Centro, não é Direita e nem Esquerda, na verdade não é nada, provou isso nas duas últimas eleições para Presidente. Não é partido, como a maioria é um aglomera mento de políticos com objetivos de Poder. Não defende um Projeto para o país, é a indefinição que ameaça o Brasil a permanecer na mesmice, na dependência externa. Sugestionar o eleitorado de que privatizar foi um mal e não uma solução, o PT gera um mal irreparável para o país. Estagnou o processo e agora inicia um procedimento inverso.
Todos políticos trabalham em favor dos mais carentes, o problema é a falta de coerência. Se algumas reformas, produzidas no passado, estão frutificando no momento em favor dos mais carentes e, essas beneficias podem cessarem com a paralisação delas, não se percebe uma preocupação por parte dos políticos com relação ao fato. Então, o importante é transparecer, é só discurso, é enganar, tudo é marketing. Todos são contra o neoliberalismo, nenhum político tem coragem de se declarar neoliberal. Não é o Lula que faz a economia prosperar, ao contrário pelo fato de abandonar o processo de privatizações, crescemos pouco e corremos o risco de um crescimento sustentável não acontecer. O Lula só não foi um desastre porque manteve os fundamentos da economia implantado pelo governo passado. Mas a condução não foi boa, tanto que o tripé que sustenta a estabilidade (metas de inflação, ajuste fiscal e cambio flutuante), virou bi pé, pois, ajuste fiscal já foi para o espaço. Este ano tereremos um crescimento significante em razão de termos decrescido no ano passado -0,2, como é medido sobre o desempenho do ano anterior em percentagem qualquer crescimento parece formidável.
A coerência obrigaria o político perceber que os países que mais se desenvolvem fazem com o neoliberalismo. É o caso do Peru que tem taxas de crescimento maiores que o Brasil, e tira da linha da pobreza com velocidade maior que a nossa sem artifícios de bolsa família. É o caso do Chile que passou a nossa frente após as privatizações. Aqui no Brasil o presidente valoriza países que deram errados: Cuba, Bolívia, Venezuela. Quem se encanta com quem dar errado certamente dará errado também.
O PSDB não defende o neoliberalismo porque isso é coisa da Direita, e o PSDB não é Direita. É o que?
Na verdade os políticos gostam da imensidão de pobres, expressam suas bondades em vozeirões ou distribuindo dinheiro, assim se mantêm no Poder. É fácil fazer caridade com o suor dos outros. Pensar em ações para viabilizar o país tornando-o mais competitivo para evitar fugas de empregos para outros continentes. Isso, nunca. As privatizações deram uma boa competitividade ao país, atacá-las com fins eleitoreiros é uma perversidade, é falta de compromisso com o país, é repetir o terrorismo de 2002 que produziu fugas de capital e de investimentos. Acreditar nessas pessoas que se dizem boazinhas é difícil.

COERÊNCIA POLÍTICA

sábado, 13 de novembro de 2010

CADÊ O MOURA?


VALOR FINANÇAS de 29.05.06
Gente boa é o Moura, conheci no final do século passado na era FHC, era cliente dele, me fornecia bebidas de uma distribuidora. Alegre e sempre conversador nos tornamos amigos, pois gostava de conversar com ele. Quando eu falava bem de FHC, ficava calado. O tempo se passou, ele saiu da distribuidora mas, de vez enquanto me visitava. Finalmente chegou 2006 e, foi emplacada a vitoria do Lula no segundo turno, o Moura apareceu lá em casa muito sorridente pedindo uma cerveja para brindar a vitoria do Lula. Abri uma garrafa de cerveja e completei 3 copos pois um outro amigo nosso ex colega de serviço do Moura estava presente
-Vamos brindar a vitoria do Lula, falou o Moura muito festivo
Enquanto os copos se encontravam eu falei:
- Para o bem dele e infelicidade do país.
- Mas ele pagou a dívida do FMI, desdenhou sorridente
Deixei a sala em silencio e apanhei um cronograma de desembolso publicado no jornal VALOR, onde consta todas as parcelas pagas pelo Brasil ao FMI, e mostrei para ele, explicando que a dívida do FMI, começou a ser pagar em 1983 no governo de João Batista Figueiredo. Todos presidentes pagaram rigorosamente em dias, somente Sarney deu moratória de alguns meses, mas, voltou a pagar normalmente. O Lula concluiu o pagamento do FMI. Qualquer um que fosse o presidente na época teria terminado o pagamento, continuei falando para o Moura. O Lula faz isso porque sabe que 90% da população é como você, desconhece os fatos e, então, prevalece a esperteza. Moura, pálido, me olhou espantado terminou o seu copo de cerveja disse até logo e nunca mais apareceu. Nunca mais o vi.
O Brasil é cheio de mouras, principalmente aqui no Nordeste, com a cumplicidade da imprensa, pelo temor de perder contratos milionários, fica difícil os mouras terem informações sadias. Os noticiários com informações tendenciosas passadas pelo crivo da própria emissora. Então, prevalece a esperteza. Os mouras acreditam que Lula pagou sozinho toda dívida do FMI, mas, assim que a informação foi repassada para a população pelos meios de comunicação de massa. Não foi possível a imprensa informar a população que no final do governo FHC a dívida com o FMI já estava fortemente reduzida. Houve um acordo de 30 bilhões de dólares feito pelo FHC em 2002 que seria totalmente desnecessário, e não estava nos planos do governo de fazê-lo se o Lula e o PT não tivessem aterrorizado o mercado provocando fugas de Capital. Desse dinheiro o FHC usou 6 bilhões, e deixou os 24 bilhões para ser utilizado pelo governo seguinte caso fosse necessário. Não foi necessário, pois acalmado o mercado os dólares começaram a retornar. Lula devolveu ao FMI.
Um agravante nesta historia da quitação do FMI, conforme vários economistas, é que o governo teve que buscar recursos em títulos da dívida pública com juros altos em torno de 12,5% na época, para quitar um dívida de juros de 4%. Pagando em janeiro de 2006 uma dívida que venceria em dezembro de 2006. Constituindo, portando, conforme Flavio Morgenstern, A farsa quitação da dívida externa Veja o cronograma de desembolso, e analise os valores acima

VALOR FINANÇAS, de 29.05.06

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ESPERTEZA & COMPETÊCIA


A diferença entre o PSDB e o PT, é que o PSDB sobrevive pela competência administrativa e o PT pela esperteza. Portanto, os marqueteiros do PSDB devem ter mais conhecimento do que esperteza. Já os marqueteiros do PT só necessitam da esperteza.
A infelicidade do PSDB nas duas últimas campanhas para presidência da República, ocorreram porque o partido optou pelo jogo do PT, a esperteza. Abandonou a possibilidade de estimular durante os últimos anos a racionalidade econômica no eleitorado brasileiro e deixou o PT livremente no processo depreciação das ações de FHC. Principalmente no que diz respeito as privatizações. Acreditar que o PDSB desconhecesse essa possibilidade é impossível. Talvez, julgara que, optando pelo silencio seria o caminho mais fácil. Faltou a característica de partido político, defender aquilo que acredita ser o melhor para o país. O neoliberalismo iniciado pelo Collor, seguido pelo Itamar e concretizado pelos Tucanos e que prosseguiu com Lula, embora com falhas de condução, é o que frutifica
A ausência de resposta às criticas e comparações. Uma vez questionado as privatizações o PDSB deviria reagir com uma pergunta singular: Seria possível, ao país, essa saúde econômica vivida no momento sem privatizar?
Quando se chega a conclusão de que privatizar foi bom, os reacionários questionam valores. O melhor da privatização não foi o ganho na venda e sim o que se deixou de perder ao longo do tempo com a mudança de gestão.
As comparações feita pelo presidente Lula e o PT abertamente na mídia são esdrúxulas. Não há como comparar resultados, porque os resultados atuais são decorrentes de ações anteriores. O fluxo da economia é movida por reformas administrativas, e essas reformas não foram do presidente atual, pelo contrário, por paralisa-las, compromete-se o futuro dessa evolução.
FHC herdou um país com uma série de problemas: uma moeda que necessitava de um ajuste fiscal para sobreviver, sistema financeiro quebrado, parque industrial obsoleto, etc. Tudo isso foi resolvido. Lula recebeu um país bem melhor que FHC. A alegação do PT que o país estava em desordem econômica em 2002, não procede. As dificuldades na economia naquele período, foram causadas pelo PT com o documento de 16.12.2001 “A RUPTURA NECESSARIA” com ameaças de mudanças nos rumos da economia gerando fugas de capital em alta escala. Portanto nada haver com a condução. Tanto que ao assumir e confirmado a permanência dos fundamentos da economia do governo anterior, voltou-se à normalidade.
Se o ajuste fiscal foi importante para estabilidade da moeda o governo atual vai entregar para a sucessora em desequilíbrio fiscal, portanto não vai deixar o país melhor do que recebeu, embora a economia esteja em fluxo maior. O que significa essa incoerência?
As reformas administrativas são ajustes que o governo executa para fertilizar a economia. Quando isso paralisa é sinal de problemas futuros. Desequilíbrio fiscal é uma desorganização do governo que se for duradora contaminará a economia. Isso já começou. Com a necessidade de cobrir os déficits o governo necessita de vender mais e mais títulos da dívida pública, para tanto aumenta-se os juros, conseqüentemente maior entrada de dólares e valorização do real, e dificuldades nas exportações. Por outro lado, o governo necessita de maiores impostos e com certeza o governo Dilma deverá ressuscitar a CPMF, ferindo a competitividade do país que já é ruím.