quinta-feira, 14 de julho de 2011

PÃO & CIRCO



Albertão em Teresina inaugurado em 1973 - "ELEFANTE BRANCO" tempo das vacas gordas. Época que as contas do governo eram irrigadas pelo FMI



Com a demissão do ministro do transporte Alfredo Nascimento e o depoimento de Pagot no senado na última terça feira dia 12.07.2011 afirmando inexistência de qualquer indício de corrupção no Dnit convenceu a todos que queriam ser convencidos, aos que são alheios a este tipo de movimentação política, infelizmente a grande massa. Não contentou as pessoas que estão vigilante ao processo de gasto do governo. Infelizmente uma minoria.

Esta alienação política não acontece por acaso, remonta dos meados do século passado quando aconteceu o golpe Militar em 31 de março de 1964. Na época em meios de grandes conflitos uma opção foi o velho recurso do “pão e circo” que continua contemporânea desde a Roma antiga.

No momento do golpe militar, Roberto Marinho havia adquirido uma concessão de TV em julho de 1957 e, inaugurada em 26 de abril de 1965 na cidade do Rio de Janeiro. Foi uma emissora que nasceu grande e poderosa. A GLOBO foi para a sociedade brasileira, o surgimento do progresso e das inovações em telecomunicações. A modernidade.

Os militares investiram no futebol, construindo caríssimos estádios de futebol por todo país, muitos deles quase sem utilização e que hoje só servem para encarecer os orçamentos dos Estados em manutenção. A prática esportiva se tornou nacionalista, emocionante e houve forte estímulos, surgindo cantorias oportunas. “Noventa milhões em ações pra frente Brasil, salve a seleção...”

A Globo divulgava entusiasticamente o desenrolar dos eventos esportivos principalmente o futebol como incentivo de ocupação masculina e, oportunidade que surgiram as famosas Telenovelas que projetaram grandes sucessos de Janete Clair e outros, para o público feminino. É melhor ocupar a mente do povo para descobrir quem matou Salomão Rayala, (77/78). Assim se esquecia de informar o que acontecia em Xambioá em seus mais cruéis detalhes. Portanto, novela e futebol passaram a ser os mais degustáveis assuntos em qualquer roda social.

Esta ajuda da Globo foi declarada num artigo de Roberto Marinho publicado no jornal O GLOBO em 1984: “Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais e preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada...”

Assim estava formado o circo com sucesso. O pão ocorreu com ajuda dos Estados Unidos com o Programa Aliança para o Progresso, lançado em 1961, no governo de John Kennedy, que durou até 1970 com o objetivo de fomentar em toda America Latina o desenvolvimento econômico, com ajuda técnica, financeira e distribuição de alimentos (leite, queijo, massas) em regiões mais carentes.

O Regime Militar acabou e restou um povo de pouca educação no sentido mais amplo, porque até o ensino acadêmico foi sucateado. Um povo que não diferencia ditadura de democracia, pelo temor de opinar, de participar e até de se indignar publicamente. Exceto os estudantes que ainda se movem em momentos que são conduzidos. Dessa forma, é mais confortável continuar conversando de futebol e de Salomão Rayla.

Esta situação foi muito criticada, no passado, pelos atuais detentores do poder, hoje beneficiários, que se sentem confortáveis em acreditar que tudo está resolvido com os desfechos dos sucessivos escândalos de corrupção que ficam sem conclusão por apatia popular.





Castelão em São Luis pouco utilizado

2 comentários:

  1. Foi criado pelo imperador a política do Pão e Circo. Mesmo depois de tanto tempo, revoluções educacionais, culturais, políticas, tecnológicas... o povo continua sendo espectadores desta arte. O Castelão de São Luís é tão pouco utilizado, que eu, como cearense que sou, pensei que o amigo havia errado na localização, pois, sou acostumado a ouvir falar do Castelão da minha capital Fortaleza.
    Parabéns pelo belo artigo.

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  2. Caro EDUARDO, sinceramente não sabia que existia um estádio Castelão em São Luis, você tem razão, somos pobres de educação decente. E nosso espírito é pouco progressista, pouco criativo, somos realmente tremendamente carentes. Somos todos marcados pelos traumas, pobrezas, etc.
    ARI...

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