Falando da PEC da impunidade, o deputado Eliseu Padilha nega que a alteração seja para suprir poderes do MP edificadas no art. 129 da Constituição Federal, em comentário neste blog, mas a discussão que assistimos na mídia afirma o contrário sobre a
PEC 37 que tramita no Congresso eliminando o poder do Ministério Público de
investigar, causa de dores de cabeça de muitos governistas, e defendida pela
Associação da Polícia Federal, aproveito para lembrar o caso dos aloprados do
PT que em 2006 foram flagrados com uma montanha dinheiro de R$ 1,7 milhão para
comprar um dossiê contra José Serra. Vejamos um trecho da revista VEJA de 27/06/2012 por Rodrigo Rangel e Otávio
Carvalho.
“Os aloprados – como foram
batizados pelo ex-presidente Lula depois de descobertos pela Polícia Federal –
agiram em setembro de 2006 numa tentativa de implicar o tucano José Serra,
ex-ministro da Saúde e então candidato ao governo de São Paulo, com a quadrilha
que desviava recursos públicos direcionados para a compra de ambulâncias. Os petistas
portavam 1,7 milhão de reais para comprar papéis falsos destinados a macular a
imagem do tucano. À frente da ação figuravam assessores próximos de Lula e do
atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que a época disputavam,
respectivamente, a reeleição presidencial e o governo paulista. Essa operação
para atingir os adversários foi um dos tiros no pé disparado pelo partido,
talvez o mais exemplar deles. Em vez de ajudar o PT, o caso, ao ser revelado,
contribuiu para que Lula disputasse um segundo turno contra Geraldo Alckmin. Já
Mercadante foi derrotado por Serra. As urnas foram as únicas penalidades
impostas aos dois petistas. O caso, porém, é mais um reforçar a suspeita de que
órgãos de investigação têm sido usados com fins meramente políticos –
principalmente para livrar cardeais do PT de embaraços com a Justiça.
A PF concluiu o inquérito sobre o
escândalo, ainda em 2006, com indiciamento de sete pessoas. Não conseguiu
apontar os mandantes do crime nem a origem do dinheiro que pagaria o dossiê
fajuto. Apesar de sobrarem evidências sobre a participação de integrantes do
comitê central da campanha de Lula, o personagem mais graúdo entre os
indiciados foi Aloizio Mercadante. Os policiais concluíram que Mercadante seria
o principal beneficiário do dossiê, que atingia direto na eleição de 2006. O
indiciamento do petista foi derrubado posteriormente pelo Supremo Federal.
Restaram, então, só os militantes usados pelo partido para transportar a mala
com notas de real e dólar e executar o plano. Os cérebros da empreitada ficaram
de fora. No auge do episódio, a Polícia Federal foi acusada de montar uma
operação limpeza para apagar indícios que poderiam levar aos petistas graúdos. Coube
a um dos delegados que participaram da investigação, Edmilson Bruno, denunciar
a trama”.
Pelo visto, este trecho de uma
longa reportagem confirma as nossas suspeitas de que a Polícia Federal é uma
capa de sólida seriedade, muito eficiente para investigar Carlinhos Cachoeira
até onde atinge políticos que incomodam o Palácio, como aconteceu com o
Demóstenes, mas quando se dirige para a cúpula do Poder, fica só por conta das
ameaças do bicheiro que diz: “Os petistas sabem que sou um garganta profunda”,
a Polícia Federal não diz nada.
Se a competência de investigação
nas duas esferas deixa muito a desejar, imaginem eliminando um delas.
Tanto dinheiro só aparece
facilmente para comprar papéis fajutas num cenário de extrema corrupção, mas a
postura de seriedade é o bastante para inocentá-los, auxiliado pelo sucesso na
obstrução das investigações, pelo simples abuso do poder.
É essa a Democracia ideal do PT,
onde os rigores da lei são para os adversários e as pessoas comuns, enquanto os
nobres da Corôa não só tem os favores da lei como, também, o direito de
manipular investigações para que tudo caia no esquecimento.
Acesso a pagina inicial http://mundofoco.blogspot.com.br/
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