terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

IMPUNIDADE


Falando da PEC da impunidade, o deputado Eliseu Padilha nega que a alteração seja para suprir poderes do MP edificadas no art. 129 da Constituição Federal, em comentário neste blog, mas a discussão que assistimos na mídia afirma o contrário sobre a PEC 37 que tramita no Congresso eliminando o poder do Ministério Público de investigar, causa de dores de cabeça de muitos governistas, e defendida pela Associação da Polícia Federal, aproveito para lembrar o caso dos aloprados do PT que em 2006 foram flagrados com uma montanha dinheiro de R$ 1,7 milhão para comprar um dossiê contra José Serra. Vejamos um trecho da revista VEJA  de 27/06/2012 por Rodrigo Rangel e Otávio Carvalho.

“Os aloprados – como foram batizados pelo ex-presidente Lula depois de descobertos pela Polícia Federal – agiram em setembro de 2006 numa tentativa de implicar o tucano José Serra, ex-ministro da Saúde e então candidato ao governo de São Paulo, com a quadrilha que desviava recursos públicos direcionados para a compra de ambulâncias. Os petistas portavam 1,7 milhão de reais para comprar papéis falsos destinados a macular a imagem do tucano. À frente da ação figuravam assessores próximos de Lula e do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que a época disputavam, respectivamente, a reeleição presidencial e o governo paulista. Essa operação para atingir os adversários foi um dos tiros no pé disparado pelo partido, talvez o mais exemplar deles. Em vez de ajudar o PT, o caso, ao ser revelado, contribuiu para que Lula disputasse um segundo turno contra Geraldo Alckmin. Já Mercadante foi derrotado por Serra. As urnas foram as únicas penalidades impostas aos dois petistas. O caso, porém, é mais um reforçar a suspeita de que órgãos de investigação têm sido usados com fins meramente políticos – principalmente para livrar cardeais do PT de embaraços com a Justiça.

A PF concluiu o inquérito sobre o escândalo, ainda em 2006, com indiciamento de sete pessoas. Não conseguiu apontar os mandantes do crime nem a origem do dinheiro que pagaria o dossiê fajuto. Apesar de sobrarem evidências sobre a participação de integrantes do comitê central da campanha de Lula, o personagem mais graúdo entre os indiciados foi Aloizio Mercadante. Os policiais concluíram que Mercadante seria o principal beneficiário do dossiê, que atingia direto na eleição de 2006. O indiciamento do petista foi derrubado posteriormente pelo Supremo Federal. Restaram, então, só os militantes usados pelo partido para transportar a mala com notas de real e dólar e executar o plano. Os cérebros da empreitada ficaram de fora. No auge do episódio, a Polícia Federal foi acusada de montar uma operação limpeza para apagar indícios que poderiam levar aos petistas graúdos. Coube a um dos delegados que participaram da investigação, Edmilson Bruno, denunciar a trama”.

Pelo visto, este trecho de uma longa reportagem confirma as nossas suspeitas de que a Polícia Federal é uma capa de sólida seriedade, muito eficiente para investigar Carlinhos Cachoeira até onde atinge políticos que incomodam o Palácio, como aconteceu com o Demóstenes, mas quando se dirige para a cúpula do Poder, fica só por conta das ameaças do bicheiro que diz: “Os petistas sabem que sou um garganta profunda”, a Polícia Federal não diz nada.

Se a competência de investigação nas duas esferas deixa muito a desejar, imaginem eliminando um delas.

Tanto dinheiro só aparece facilmente para comprar papéis fajutas num cenário de extrema corrupção, mas a postura de seriedade é o bastante para inocentá-los, auxiliado pelo sucesso na obstrução das investigações, pelo simples abuso do poder.

É essa a Democracia ideal do PT, onde os rigores da lei são para os adversários e as pessoas comuns, enquanto os nobres da Corôa não só tem os favores da lei como, também, o direito de manipular investigações para que tudo caia no esquecimento.

Acesso a pagina inicial http://mundofoco.blogspot.com.br/

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