quinta-feira, 22 de setembro de 2011

VERSÕES



Competitividade, essa é uma palavra bastante citada neste blog, tanto que uma twiteira cumprimentou-me: olá competitividade. Infelizmente as pessoas não se deram conta do tsunami na economia que a falta dela pode causar. Acontece de uma forma mais lenta causando pequenas erosões, mas que produz desabamentos consideráveis.

No processo administrativo do Brasil a partir do governo Collor de Melo, excluindo o desastroso Plano Collor, “foi iniciada uma das partes mais importantes da agenda de modernização do Brasil. Abertura comercial, a negociação da dívida externa e a privatização, foram passos essenciais para estabilização” Miriam Leitão. Os governos seguintes promoveram a estabilidade consolidado no segundo mandato de FHC. No governo posterior, o prosseguimento seria a continuidade na sempre busca da melhoria na competitividade, para tanto, deveria continuar na desoneração do Estado para uma eficiente reforma tributária. Aconteceu o inverso. O Estado foi onerado, agigantado, mais ainda, com apoio do eleitorado. A falta de esclarecimento é uma arma apontada para nossas cabeças.

Os entraves burocráticos são lentamente contornados permanecendo quase inalterados, as vezes julgados desnecessários porque para ser um bom presidente basta uma boa popularidade e para se alcançar isso, um bom marqueteiro e herança de uma situação fiscal confortável, transparece os resultados gerado na economia de ações de quem está no lugar certo no momento certo. Assim valem as versões e não os fatos. Fizeram traduções ao sabor da esperteza e ações relevantes e necessárias, para a estabilidade, foram criticadas, condenadas, porque assim era a lógica da população.

Outro componente que deixou o país fora da competitividade foi à aplicação dos recursos financeiros, nos últimos anos, sem priorizar infra-estrutura. Hoje temos uma logística onerosa.

E agora? Quando Dilma percebe um barranco enorme desmoronar, toma medidas esdrúxulas, para estancar o crescimento da economia, e ainda festejam, o Tombini (presidente do Banco Central) respira aliviado com sinais de desaquecimento. A mídia joga para a população como se fosse “o sucesso”. A economia apresenta sinais de desaquecimento” ouve-se na globo news em tons de vitoria. É a inflação que ameaça retornar e jogar no esgoto todo o sacrifício vivido nos últimos anos do século passado, e conseqüentemente devolver para faixa de pobreza os milhões de brasileiros que a estabilidade monetária retirou de lá, que a presidenta no jogo da sabedoria diz: “Nós tiramos 40 milhões de brasileiros...”.

Ainda sem conseguir estancar o primeiro vazamento, surge o segundo estrago, que a falta de competitividade, silenciosamente, produziu o início de uma desindustrialização. A crescente invasão de produtos industrializado leva o governo a criar uma Lei diferenciada do IPI, mesmo sabendo que pode ser questionada na OMC, ou quem sabe isso se resumirá num presente para Argentina e México. Mas o otimismo que o governo passa para a população é muito intenso, talvez seja estratégico para sua popularidade.

Não é o fim do mundo. Tem solução. O partido que está no poder tem muita flexibilidade. Na verdade eles não estão mudando o Brasil como apregoam. É o Brasil que está mudando eles. Foram preparados para governar com outros valores, só quando chegaram ao poder começaram a mudar, perceberam que seus discursos eram ultrapassados e suicidas.

Criticaram o Neoliberalismo e estão aceitando muito lentamente este processo. Postergaram privatizações e só fazem mediantes as exigências das circunstâncias. È uma administração temerária, se continuar assim, seremos devorados pelo tsunami.

A administração petista nada tem a criticar a administração passada, pelo contrário, o que ameniza a nossa situação, além da estabilidade e dos fundamentos econômicos, foi o incentivo de investimento privados em setores estratégicos deste país que só pertenciam ao poder público, como em energia, estradas, portos etc. produzida no governo anterior. Essa parceria pública privada demorou a fluir com velocidade neste governo, e ainda não possui uma velocidade desejada.

Não custa repetir, um exemplo é o Trem Bala que se for viável, certamente um grupo privado poderá fazê-lo.

Para concluir, a sociedade tem que observar a qualidade de gastos excessivos do governo, contra pacotes de bondades que normalmente se transformam em pacotes de maldades, pois se continuarmos errando para depois tentar acertar, a conta virá para nós e, vai ser mais fácil os Estados Unidos sair da crise do que agente permanecer fora dela.



Obs 1: Falei que a estabilidade monetária consolidou-se no segundo governo de FHC. No entanto, muita gente diz: “Foi o Itamar quem lançou o Plano Real”. Verdade, mas lançar um Plano Econômico pouco significa. Os méritos estão nas medidas tomadas para o plano fluir vitoriosamente e não se quebrar, como aconteceu nos planos anteriores. Austeridade fiscal feita pelo FHC, foi essencial, desgastou-o politicamente, mas fomos salvos.

Obs 2: Sou repetitivo nesta parte de nossa historia porque enquanto pelo menos 51% do eleitorado não entender esse processo seremos presas fáceis de políticos espertos e ineficientes. Viveremos sempre sob ameaças de retrocesso.

Um comentário:

  1. Meus parabéns, Eduardo. Belo artigo. Sintetiza bem os últimos 20 anos da história econômica do país. Pena que esta história não seja explicada
    à poulação. É quase tão difícil explicá-la como o voto proporcional.

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