Competitividade, essa é uma palavra bastante citada neste blog, tanto que uma twiteira cumprimentou-me: olá competitividade. Infelizmente as pessoas não se deram conta do tsunami na economia que a falta dela pode causar. Acontece de uma forma mais lenta causando pequenas erosões, mas que produz desabamentos consideráveis.
No processo administrativo do Brasil a partir do governo Collor de Melo, excluindo o desastroso Plano Collor, “foi iniciada uma das partes mais importantes da agenda de modernização do Brasil. Abertura comercial, a negociação da dívida externa e a privatização, foram passos essenciais para estabilização” Miriam Leitão. Os governos seguintes promoveram a estabilidade consolidado no segundo mandato de FHC. No governo posterior, o prosseguimento seria a continuidade na sempre busca da melhoria na competitividade, para tanto, deveria continuar na desoneração do Estado para uma eficiente reforma tributária. Aconteceu o inverso. O Estado foi onerado, agigantado, mais ainda, com apoio do eleitorado. A falta de esclarecimento é uma arma apontada para nossas cabeças.
Os entraves burocráticos são lentamente contornados permanecendo quase inalterados, as vezes julgados desnecessários porque para ser um bom presidente basta uma boa popularidade e para se alcançar isso, um bom marqueteiro e herança de uma situação fiscal confortável, transparece os resultados gerado na economia de ações de quem está no lugar certo no momento certo. Assim valem as versões e não os fatos. Fizeram traduções ao sabor da esperteza e ações relevantes e necessárias, para a estabilidade, foram criticadas, condenadas, porque assim era a lógica da população.
Outro componente que deixou o país fora da competitividade foi à aplicação dos recursos financeiros, nos últimos anos, sem priorizar infra-estrutura. Hoje temos uma logística onerosa.
E agora? Quando Dilma percebe um barranco enorme desmoronar, toma medidas esdrúxulas, para estancar o crescimento da economia, e ainda festejam, o Tombini (presidente do Banco Central) respira aliviado com sinais de desaquecimento. A mídia joga para a população como se fosse “o sucesso”. “A economia apresenta sinais de desaquecimento” ouve-se na globo news em tons de vitoria. É a inflação que ameaça retornar e jogar no esgoto todo o sacrifício vivido nos últimos anos do século passado, e conseqüentemente devolver para faixa de pobreza os milhões de brasileiros que a estabilidade monetária retirou de lá, que a presidenta no jogo da sabedoria diz: “Nós tiramos 40 milhões de brasileiros...”.
Ainda sem conseguir estancar o primeiro vazamento, surge o segundo estrago, que a falta de competitividade, silenciosamente, produziu o início de uma desindustrialização. A crescente invasão de produtos industrializado leva o governo a criar uma Lei diferenciada do IPI, mesmo sabendo que pode ser questionada na OMC, ou quem sabe isso se resumirá num presente para Argentina e México. Mas o otimismo que o governo passa para a população é muito intenso, talvez seja estratégico para sua popularidade.
Não é o fim do mundo. Tem solução. O partido que está no poder tem muita flexibilidade. Na verdade eles não estão mudando o Brasil como apregoam. É o Brasil que está mudando eles. Foram preparados para governar com outros valores, só quando chegaram ao poder começaram a mudar, perceberam que seus discursos eram ultrapassados e suicidas.
Criticaram o Neoliberalismo e estão aceitando muito lentamente este processo. Postergaram privatizações e só fazem mediantes as exigências das circunstâncias. È uma administração temerária, se continuar assim, seremos devorados pelo tsunami.
A administração petista nada tem a criticar a administração passada, pelo contrário, o que ameniza a nossa situação, além da estabilidade e dos fundamentos econômicos, foi o incentivo de investimento privados em setores estratégicos deste país que só pertenciam ao poder público, como em energia, estradas, portos etc. produzida no governo anterior. Essa parceria pública privada demorou a fluir com velocidade neste governo, e ainda não possui uma velocidade desejada.
Não custa repetir, um exemplo é o Trem Bala que se for viável, certamente um grupo privado poderá fazê-lo.
Para concluir, a sociedade tem que observar a qualidade de gastos excessivos do governo, contra pacotes de bondades que normalmente se transformam em pacotes de maldades, pois se continuarmos errando para depois tentar acertar, a conta virá para nós e, vai ser mais fácil os Estados Unidos sair da crise do que agente permanecer fora dela.
Obs 1: Falei que a estabilidade monetária consolidou-se no segundo governo de FHC. No entanto, muita gente diz: “Foi o Itamar quem lançou o Plano Real”. Verdade, mas lançar um Plano Econômico pouco significa. Os méritos estão nas medidas tomadas para o plano fluir vitoriosamente e não se quebrar, como aconteceu nos planos anteriores. Austeridade fiscal feita pelo FHC, foi essencial, desgastou-o politicamente, mas fomos salvos.
Obs 2: Sou repetitivo nesta parte de nossa historia porque enquanto pelo menos 51% do eleitorado não entender esse processo seremos presas fáceis de políticos espertos e ineficientes. Viveremos sempre sob ameaças de retrocesso.
Meus parabéns, Eduardo. Belo artigo. Sintetiza bem os últimos 20 anos da história econômica do país. Pena que esta história não seja explicada
ResponderExcluirà poulação. É quase tão difícil explicá-la como o voto proporcional.