sábado, 26 de fevereiro de 2011

ENGESSAMENTO


A movimentação silenciosa do governo no sentido de aprovar a CPMF acontece num campo minado de inocências. “Não queremos criar um novo imposto. A saúde está precisando. Só vai beneficiar os mais carentes. Vai ser um imposto social. A oposição não pode reclamar porque eles criaram a CPMF.”

Alguns parâmetros os governista não se atrevem a comparar. Em 1995 o Real estava no início do processo de estabilização, o país arrecadou 85 bilhões de reais no ano. Hoje arrecada 91 bilhões no mês. Descontando a inflação é astronomicamente superior. Naquela época havia um desajuste nas contas públicas cuja solução foi imperiosa para sobrevivência da moeda recém lançada. Levamos 6 anos para o sucesso. São situações extremamente diferentes. A situação caótica do momento é má condução da política econômica. É muito fácil. Quebra-se e atira a conta para a sociedade, porque essa história de dizer que se trata de um imposto que vai afetar somente os ricos. É conversa. Não existe imposto cobrado ao empresariado que não seja repassado ao consumidor. Por não estar confiante na austeridade fiscal do governo a industria já está repassando aumentos de até 20%. Imagine com um novo imposto. A conta termina caindo no colo dos mais carentes. Por outro lado um novo imposto ajuda a piorar a competitividade do país. Não é a toa que a previsão do crescimento do Brasil para 2011 poderá ficar abaixo da média do crescimento mundial.
 
Para eles é natural desorganizar as contas públicas, criar mais impostos, novamente desorganizar, e aí vem o imposto da Educação, imposto da Segurança. Gastar com racionalidade é só promessa.

Intrigante é o PT colocar todos num só nível de percepção e de conhecimento com a cumplicidade da imprensa, disseminam que mudou o Brasil num Projeto mirabolante sem nenhuma linha escrita e sem reformas. É bom lembrar que o Projeto do PT era a Ruptura Necessária publicado em 16.12.2001 em Pernambuco, que o Lula abandonou em 01.01.2003 ao subir a rampa do Planalto. Agradecemos por isso.
 
O PAC não é um programa de Lula. São obrigações constitucionais. Só a sigla é novidade, e me sinto insultado quando, o governo passado, disse que pagou o FMI sozinho. O que foi mesmo que eles fizeram durante 8 anos para mudar o Brasil?

O que assistimos nos últimos anos foi um desmonte no processo de uma política econômica levando-lhe ao engessamento, de forma que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. De tanta má aplicação dos tributos estamos numa situação difícil: Se os juros caem geram inflação, se elevá-los nos endividamos e a economia desaquece. E, os governista, ainda querem continuar mudando.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

AJUSTE FORTUITO


Uma emissora de canal aberto em horário nobre, noticia o valor da dívida interna do Brasil em torno de 1,6 trilhões de reais, logo a seguir vem a explicação: “Mas essa dívida pública caiu porque corresponde somente 45% do PIB e os países ricos também...”
A pressa de amenizar com alegações oportunas que não resolvem. Assim levam o eleitorado no bico. Justificam que se trata de uma onda inflacionária mundial, no entanto a China tem uma inflação inferior a nossa, quando deveria ser ao contrario porque eles tem dependência de matéria prima(minério de ferro e petróleo)e alimentação. Exceto o trigo não temos essas dependências.
Lula passou 8 anos colhendo os frutos de uma arvore que não plantou e que não soube regar, e ainda chamava de herança maldita. A falta de ação, e os gastos excessivos produziram a verdadeira herança maldita que caiu no colo da Dilma. A conseqüência chegou em forma de turbulência na economia gerando um custo, que não será cobrada ao responsável e, sim a toda sociedade sacrificando prioritariamente os menos favorecidos.
É verdade que quando o Lula assumiu em 2003 recebeu o país com escalada inflacionária semelhante. Não aconteceu porque o governo, na época, estava com desorganizações nas contas públicas, ou pela má condução da política econômica. Mas pela maldade que o PT exercia em apavorar o mercado com documentos, criticas e promessas de palanque contra a política econômica . Um país com histórico de calote nas contas correntes e aplicações bancarias exercido na posse de um presidente de direita, houve um temor de acontecer novamente com a ascendência de um presidente de esquerda que aterrorizava o mercado. A reação foi por todo ano de 2002 retiradas de altíssimas somas e remessas para o exterior causando desvalorização no Real. Quando Lula assumiu e sinalizou ao mercado que ia permanecer com a política econômica do governo anterior, o retorno dos dólares levou o país à normalidade. Desta vez é diferente, não vai bastar Dilma falar ao mercado que vai continuar a política do anterior, pelo contrario, esperam dela uma postura diferente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ESTRANHEZA


Estranho o PT, quando está na oposição é contra, é contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, a quebra do Monopólio da Petrobras, as privatizações, o saneamento do Sistema Financeiro, pequeno aumento no salário mínimo. Quando está no poder é a favor, a favor da Caixa Econômica torrar 780 milhões num Banco falido, do desequilíbrio nas contas públicas que ameaça a estabilidade monetária, e de pequeno aumento no salário mínimo, etc.
O governo atual diz que um aumento maior no salário mínimo causa pressão inflacionária. Tem sentido. No entanto, não deveria ficar só nessa justificativa, até porque o Congresso que nega um aumento maior ao trabalhador auto beneficia-se com um mega aumento acima de 60% nos seus salários.
A atual situação financeira do governo tem uma causa que devemos questionar. Porque chegou nesse ponto? A gastança do governo passado, do melhor presidente da história deste paiz, que arrebenta no colo do trabalhador exatamente, por ironia do destino, o eleitorado que ajudou o governo a fazer uma das bases mais solidas.
Até parece que voltamos aos anos 90 quando se lutava pelo ajuste fiscal para garantir a estabilidade monetária, é uma reprise, o temor disso se tornar cíclico, um conserta outro quebra e agora é a hora do conserto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AÇÕES GOVERNAMENTAIS


De repente a sociedade brasileira é surpreendida por uma série de medidas do governo com objetivo de estancar a escalada inflacionária em decorrência dos excessivos e mal utilizados gastos do governo passado. São expostas a má governabilidade que habilmente era mascarada do eleitorado pelo marketing. Um balde de água fria é atirada na sexta feira dia 11.02.11 no Globo Repórter que mostra um país com excesso de empregos e uma perspectiva nunca vista na historia deste paiz. É verdade, o que é mostrado ali é tudo realidade. Vamos separar o joio do trigo. Uma coisa é o resultado da iniciativa privada e outra é a situação administrativa do governo. O empreendedorismo flui por ação governamental. E que ações foram essas? Quem são os responsáveis?
A primeira resposta pode ser dita pela estabilidade monetária conseguida com ajuste fiscal, as privatizações que mudaram o rumo da gestão da economia do país pela aproximação da eficiência, por reformas que tonificaram empresas. Podemos citar o caso da Petrobras que foi beneficiada pelo decreto de 97 que quebrou o monopólio permitindo mudar a realidade da empresa com altos investimentos de bilhões dólares de empresas nacionais e internacionais em sísmica, perfurações, desenvolvimento e produção de poços. Essa foi a razão do gigantismo da Petrobras nos dias atuais.
A segunda pergunta não necessita reposta. Mas podemos falar que o governo passado foi contra tudo isso. Eliminou o ajuste fiscal pondo em risco a estabilidade monetária. Criticou e até angariou dividendo político em campanhas contra as privatizações, votou contra a quebra do monopólio da Petrobras. E durante 8 anos de gestão foi marcado pela inexistência de reformas.
Sem a quebra do monopólio da Petrobras e a Privatização da Vale, hoje, as Contas Externas estariam sucumbindo igualmente às Contas Internas.
O que se discute no momento é a deterioração das Contas Internas do governo que está pondo em risco a evolução daquilo que foi mostrado no Globo Repórter.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

UM PAÍS DE TOLOS


O governo anuncia um corte orçamentário de 50 bilhões de reais, logo após o ex-presidente Lula ter criticado em Dacar o modelo econômico mundial. Me parece contraditório as duas situações somando-se, ainda, o fato da Presidenta Dilma ter falado em seu discurso no Congresso dias antes que passaria a gastar mais racionalmente os recursos do Tesouro Nacional. Criticar um modelo sem apresentar opções não leva a nada, principalmente para um administrador que teve 8 anos para apresentar algo diferente e que não teve habilidade na condução de um Projeto herdado, Será que o modelo ideal é aquele que se gasta mal e excessivamente?
Só falta me dizerem que está tudo bem, que são medidas de rotina. Nada disso, já estamos pagando por isso. Somos obrigados a contribuir com mais imposto de renda sem o reajuste na tabela que não acontecerá. Teremos mais dificuldades de conseguir bens de consumo, com prestações maiores pelo aumento de juros, etc. Até quando vamos ter prejuízos pela má administração do governo. Imagine se não tivesse a lei de Responsabilidade Fiscal.
Agora eu pergunto cadê a imprensa nacional que deixou o governo vender nas eleições passada um país das mil maravilhas. Que Dilma iria continuar o Projeto de Lula. Que Projeto é esse? Nada foi questionado pela alta mídia. Levantamos as mãos aos céus que Dilma não demonstra ser a extensão de Lula. A sensação que tenho é que finalmente alguém governa. Espero que seja com seriedade.
Cabe a uma grande parte da imprensa um puxão de orelhas. Essa situação sussurrava nas caladas horas da noite sempre em momentos que o grande eleitorado adormecia, ou quando o Financial Times mencionava, ou poucos jornalistas independentes que não se rederam aos favores palacianos, a uma restrita imprensa escrita. A comunicação de massa escondia os fatos, ou quando noticiava dava-lhe um tom de pouca importância. Para uma democracia funcionar é necessário uma imprensa comprometida com a boa condução da Nação e não limitar-se ao estreito interesse de faturar, ou a conseqüência é isto que está acontecendo e a perda da credibilidade.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

OPINIÃO II


A estabilidade monetária é um Patrimônio que nos custou muito caro para consegui-la, todos nós tivemos perdas, com aumento da dívida pública, congelamento de salários, aposentadorias, e etc., foi um período difícil. Agora sentimos ameaças, portanto, é nosso dever munirmo-nos de informações para garantir a sobrevivência desse Patrimônio.
Esta estabilidade está sustentada no tripé: ajuste fiscal, cambio flutuante, e metas de inflação. O governo passado acabou com o ajuste fiscal; metas de inflação deixou de alcançar e a inflação pressiona. Aumentar juros é um retorno ao passado, é um remédio a uma doença curada que volta apresentar sintomas, é uma medicação que produz efeitos colaterais muito perigosos.
Juros altos foi um mal necessário no final do século passado, quando se passava por um momento de organização do Estado e por extrema falta de liquidez do governo, mas que deveria ter cessado nos anos 02/03.
Quem lê meu blog percebe que não faço parte da população que conferi ao ex-presidente Lula essa imensa popularidade. Ele clama para si a responsabilidade da melhoria na economia brasileira nos últimos anos. Um governante só é responsável por mudanças se ele faz reformas, a única reforma de Lula que conheço foi na previdência, mesmo assim superficial, não mexeu nos privilégios dos poderosos. Gerar mudanças num país sem reformar, é governar com varinha de condão no lugar da caneta, é magia pura, e eu não acredito que isso funcione.
A acusação do FMI de principio de deterioração nas contas do governo brasileiro tem fundamento sim, não cabe a ironia do ministro Guido Mantega, querendo negar. Tivemos alto déficit nas contas externa em 2010 com tendência a crescer, não se pode justiçar pelas reservas. Nem todo montante é de propriedade do governo. Não conseguimos o superávit primário em 2010, muito diferente de quando Lula assumiu, queria aumentar o percentual. Estava podendo no início, e agora não pode mais.
A alta popularidade do ex-presidente Lula esta sustentado em algumas pilares não convenientes, uma delas consta na revista VEJA n 2198 de 5 de janeiro de 2011, pagina 73, fala que por aconselhamento do então ministro Franklin Martins: “A estratégia adotada deveria ser – e foi – o confronto, inclusive com distribuição de dinheiro a uma camarilha disposta a cumprir o servicinho de só elogiar o governo e atacar a honra dos jornalistas independentes”. Isso é perceptível em alguns jornalistas, principalmente quando explicitam ingênuas comparações entre os governos FHC e Lula, como por exemplo de crescimento econômico. Não há como se fazer tal comparação pura e simples, é tendenciosa. O primeiro organizou, fez algumas reformas e implantou os fundamentos da economia, o segundo prosseguiu. Mas fazendo essa comparação considerando o cenário internacional desde 1990 o Lula só ganha do Collor.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

OPINIÃO I


Os Estados Unidos tem uma economia exuberante, produzem uma riqueza anual em torno de 13 trilhões de dólares , três vezes o que é produzido na China. No entanto, os americanos estão apreensivos com o avanço chinês. Será que é medo da superação em termos absoluto a produção de tanta riqueza? Com certeza não é essa a preocupação do Barack Obama. O crescimento econômico de qualquer país é bom para os americanos, são possibilidades de expansão de negócios. O problema no avanço chinês é a competitividade dos asiáticos. A dívida e os déficits americanos não permitem uma aproximação. O governo da China tem baixa dívida, não alcança 10% do PIB.
O governo brasileiro festeja uma dívida interna acima de 40% do PIB e um déficit permanente que está ameaçando ficar fora de controle. E nós já estamos pagando por isso. Não se fala em reajustar o imposto de renda em 2011, isso é mais impostos que seremos forçados a pagar. O salário mínimo não esta podendo ser reajustado com ganho real, fica mais difícil o governo melhorar assistência de saúde, educação, segurança etc.
O governo não percebe esse recado da China que alto endividamento traz males para a economia. O Brasil tem superávit na balança comercial com a China de 5 bilhões de dólares, porque exportamos o que não tem por lá, ausência plena de concorrência, portanto, inexistência de competitividade. Por outro lado a China nos tomou o mercado americano em manufaturado que é um tipo de exportação de melhor qualidade.
Se todos nós temos prejuízo com o descontrole dos gastos do governo, somos obrigados a ficarmos vigilantes, é nossa responsabilidade como patriotas.