A celebre frase de Delfim Neto: “O bolo primeiro deve crescer para depois distribuir” representa um
período da economia brasileira que crescia, mas lentamente a população se
beneficiava, na verdade, a população não se beneficiou porque o ciclo de crescimento
foi curto, não houve tempo de santificar o “milagre econômico” batizado no
regime militar e nem o ministro teve a astúcia de alertar aos militares que o
modelo econômico estava equivocado.
Atualmente esta frase tem servido
para uso político de gestores que não conseguem dar dinamismo à economia,
ocorreu na semana passada quando a presidente, em momento quase de desespero
gritou que no governo dela não espera o bolo crescer para distribuir, que isso
já ocorre no seu governo.
Pelo andar da carruagem o
fermento utilizado pelos petistas está deixando o bolo solado e sua divisão pode
causar indigestão.
O correto não seria utilizar essa palavra divisão e sim participação que seria possível dentro de um cenário
educacional eficiente que permitiria a inclusão social de todos brasileiros.
Assim como eu e milhões de
brasileiros conseguem. Nasci no interior do Maranhão, filho de um funcionário
público estadual que recebia o salário mínimo, com 11 filhos, com extrema
dificuldade, conseguimos conclusão universitária e dessa forma tivemos acesso a
uma minúscula fatia do bolo, mas o suficiente para termos uma vida digna. A
educação é a forma mais viável de inclusão social. Essa priorizada pelo
governo, através da distribuição de dinheiro é mais esperteza política que boas
intenções.
Essa política beneficia o governo
em várias situações e uma delas é na queda do índice de desemprego, ajuda muito
a mascarar este índice, porque milhões de brasileiros sem qualificação
profissional só enquadrados no salário mínimo, sentem-se desestimulados a buscar emprego por
considerar o salário baixo e com a ajuda do governo podem completar essa
quantia em atividades informais, e com menos pessoas procurando emprego o
índice é derrubado ao nível atual, 6%, mas deixa o cidadão viciado a só querer
receber. Um país se constrói com o esforço de todos, e cidadania não é só o
direito de receber.
A nossa educação inchou, mas não
qualificou, tanto que permite à presidente Dilma passar por “heroína” por ter
participado de luta armada contra o regime militar na segunda metade do século
passado, falta preparar o cidadão para ser um democrata e se tornar imune dos
engodos políticos.
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