domingo, 7 de agosto de 2011

FAXINA



Novamente a revista Veja cumpre seu papel de jornalismo investigativo, independente e, denuncia outro caso de corrupção, agora no Ministério da Agricultura com a demissão sumaria do Secretário Executivo da Agricultura Milton Ortolan. A presidente, com isso, fortalece o cenário de que, o governo, está fazendo uma faxina no serviço público, varrendo a corrupção, assim como é divulgado pela imprensa. Com a população sem informações salutares, a imprensa cliente do governo federal, oposição fragilizada, os sindicados atendidos, principalmente, nos anseios da instituição, que no da classe, a UNE com conta bancaria irrigada pelo Contribuinte, fica muito fácil a projeção de austeridade do governo no combate a corrupção. Na verdade quem está procedendo a faxina é a VEJA, Dilma esta sendo instrumento no processo. Poderia ser a Presidência se as iniciativas tivessem origem por lá, através da CGU, é para isso que o órgão existe, para sintonizar os casos de corrupção em todo nível da administração pública, direcioná-los ao ministério público e os casos mais graves, do primeiro escalão, comunicar ao chefe do Executivo.

É uma faxina que existe o corrupto que é punido com a demissão, mas o corruptor até agora não se tem conhecimento de resultado de alguma investigação, como se o puro fato da demissão encerrasse o caso. Não há corrupto sem corruptor. Se ficar dessa forma parece uma faxina sem detergente depois que passa, percebe-se que não foi bem feita.

A imprensa ajuda muito na formação da imagem de combate a corrupção. Ontem no simpático programa de Cristiana Lôbo “Fatos e Versões” ela fala: “a marca do estilo Dilma em 7 meses demitiu 3 ministros”. Continua mais em frente: “Me impressiona nesse processo é o conjunto da obra. Dilma já demitiu Palocci, quando muita gente inclusive o Lula já achava que o problema estava superado, quando o procurador disse que não iria investigar, ela não achou que estava superado, demitiu”.

“Ela deu atribuições ao ministro Alfredo Nascimento para ele conduzir as investigações do Ministério dos Transporte, ele achou que estava com a atribuição. Ela não achou, demitiu”.

O caso Palocci se arrastou muito, estava prejudicando um governo quase na inércia, houve uma reação dos twitteiros que começou com #dilmademitaPalocci depois foi para #nãoconfionadilma e fluiu para #foradilma, que só parou com a demissão de Palocci, houve forte indignação de uma certa camada social. Dilma não tem o mesmo carisma de Lula e a demora em demitir Palocci estava começando a fertilizar a oposição. Dilma demitiu Palocci porque foi a única saída para dormir melhor.

Quanto ao Alfredo Nascimento houve uma contradição: “Ela deu atribuições...” “Ela não achou, demitiu”. Parece haver um arrependimento pela percepção que poderia ser outro prolongado desgaste. Demitir imediatamente foi uma estratégia que deu certo perante ao eleitorado. Contradição, também, quando o ex-ministro diz que não é lixo, na tribuna do senado, porque numa faxina é o lixo que vai pra fora, é essa a imagem que o governo fez a população assimilar.

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