sábado, 27 de agosto de 2011

RECORRÊNCIA


Fernando Henrique Cardoso "Jó" dos nossos tempos



Qualquer pessoa que lê nosso blog percebe o descrédito neste governo, imediatamente a lógica convencional pode levar a crê que se trata de uma cisma partidária oposicionista. Garantimos que não possuímos bandeira partidária. A nossa opinião política decorre, ao longo de muitas décadas, da impossibilidade do nosso país alcançar um nível de desenvolvimento que permita uma vida melhor para quase totalidade da população, e a permanência consolidada de bolsões de pobreza principalmente aqui no Nordeste.

Enquanto isso muitos países, em posições piores, avançaram à nossa dianteira com velocidade admirável como é o caso da Coréia do Sul, atualmente a China, Índia, Peru, Chile etc.

Vivemos o otimismo de sermos a sétima economia do mundo, quando na década de setenta festejávamos a oitava posição. Por quê tão pouco avanço em 40 anos? Para quem viveu o tsunami da hiperinflação nos anos oitenta e metade da década seguinte, os horrores vividos, quando o empresário preferia vender a empresa e aplicar no overnight do que produzir; ou não vender sua mercadoria na esperança de ganhar mais no dia seguinte; adquirir um bem durável era muito complicado até mesmo para quem possuía empregos razoáveis. São situações que não queremos reprise. Daí a preocupação de buscar explicações. O que acontece com o Brasil?

A história da vivencia republicana nos possibilita muitas informações que podemos juntar a esse jogo de xadrez, e a observância no comportamento dos países que dão certo complementa a formação da nossa opinião.

Tivemos períodos, ou bolhas de evolução. Aconteceu no governo de Rodrigues Alves (1902/1906), por ter herdado uma administração organizada e inflação controlada executado pelo antecessor Campos Sales. O início da industrialização no primeiro governo de Getúlio Vargas. (1930/1945). Algumas reformas administrativas no segundo governo Vargas (1951/1954). Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956/1961). No milagre econômico dos militares no governo de Garrastazu Médici (1969/1974).

O Plano Real lançado no final do governo Itamar, (1990/1994), consolidado por FHC, que teve maior mérito, Tanto por ter sido o Ministro do Itamar que deu certo, como pela coragem de proceder austeridade fiscal, é uma oportunidade concreta de uma mudança e de crescimento sustentável, porque nele foi combatido a maioria dos vícios contidos nas administrações passadas que impediam a nossa evolução econômica, como desequilíbrio nas contas públicas, estatização, corte de subsídios, e uma freada gradativa dos bancos estatais para financiar a economia. Os fundamentos implantados são sólidos, mas não são imunes à má condução.
Veja o video



...este problema só não é maior porque tivemos um presidente nos anos recentes, um governo que foram capazes de levar 40 milhões para a classe média...

...esta é sem dúvida a herança bendita que entre tantas coisas positivas o governo Lula me legou...

...a verdadeira faxina que este país tem que fazer, é a faxina contra a miséria...

A presidente Dilma é mais preocupada com as contas do governo do que Lula, tem mais reação contra a corrupção do que seu padrinho, mas no bojo são semelhantes, também criticou severamente FHC pelas privatizações. Portanto, seria o momento para pedir desculpas. Deveria ter dito: Fernando Henrique gostaria de lhe pedir desculpas pela minhas críticas conta seus atos de privatizações que foram muitos benéficos para nosso país, que foi a única saída que encontrei agora, para agilizar meu governo, foi prosseguir as privatizações.

É bom reconhecer erros, como Palocci que ao chegar no Ministério da Fazenda, exclamou: como pude votar contra essa lei! Se referindo a lei de responsabilidade fiscal que o PT votou contra, em totalidade, só com o objetivo de ser contra.

Seria oportuno que a presidenta se lembre de que no plano relâmpago do Cruzado em 1986 de José Sarney, a estabilidade permitiu milhões de brasileiros comer carne. Pena que durou pouco tempo e o sonho acabou rapidamente . Foi a estabilidade.

Durante o governo Lula 40 milhões de brasileiros entraram para classe média, graças a estabilidade monetária. Qual foi a ação do Lula? Ser contra o Plano Real? Manteve a estabilidade, mas deixou ameaçada tanto que a presidente tem lutado para evitar essa cruel possibilidade, o retorno do dragão inflacionário. A melhoria na vida da população são decorrentes a implantação de um Plano Econômico que deu certo.

No Plano Real, Lula foi a borboleta que posou, pôs o ovo que eclodiu em larva e penetrou para destruir o fruto, com ampliação de gastos público com a maquina, no clientelismo, ampliação da dívida interna, falta de investimento em infraestrutura, gerou uma situação de solução difícil. Você olha fruto, externamente perfeito, mas, por dentro existe um processo de destruição.

É o desafio que Dilma está enfrentando, está conseguindo equilibrar as contas públicas e produzir superávit graças a contenção de despesas em investimentos e não em custeio, isso significa que nosso crescimento nunca será o desejado.

Dilma veio privatizar os aeroportos devidos as circunstancias, Não por cumprimento de uma agenda e tornar ações dessa natureza como agenda de governo, seria a única solução à curto prazo para neutralizar o poder destrutivo da larva que penetrou o fruto. Quanto a faxina, acredito que Dilma é consciente pela sua educação acadêmica que essa não é uma forma correta. Não é porque alguém com renda mensal de R$ 70,00 migra para R$ 71,00 que deixará o estado de miséria.

domingo, 21 de agosto de 2011

PRESIDENCIALISMO DE COALISÃO



A Globo News reúne alguns comentaristas para informar porque o presidencialismo de coalisão apresenta problemas no Brasil. Com tanta denuncias de corrupção, o quê está errado? Falaram muitos assuntos interessantes, mas não disseram a essência. O erro está na legislação tributária que faz da União o maior arrecadador – 60%. Com isso o Poder concentra nas mãos do Presidente que não perde a oportunidade de manipular os políticos fisiologistas. Nos países evoluidos, ou melhor, nos países desenvolvidos a arrecadação é um bem do contribuinte, é aplicado onde é arrecadado, aqui é propriedade do Presidente. Lá os recursos ficam para retornar ao contribuinte em forma de serviços, aqui pra comprar voto e aliados, corrupção, etc. o que sobra se utiliza em algum beneficio popular. Essa legislação que precisa mudar. É a tal reforma tributária que o governo empurra com a barriga e nunca vai realizar. Dessa forma o presidencialismo no Brasil se torna uma religião sãofranciscana, que é dando que se recebe, é o toma lá da cá, é essa corrupção que só é descoberta se alguma imprensa que, cumpre seu papel, denuncia

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ANNA HAZARE



O movimento que emana nas ruas do centro de Nova Délhi na Índia contra a corrupção, liderado pelo ativista Anna Hazare, com objetivo de pressionar o governo para endurecer no projeto de lei, que está sendo debatido no parlamento, isentando o primeiro-ministro e juízes influentes de serem questionados pela justiça em caso de suspeita de corrupção, é uma luta de um povo que sabe o que quer, de um país que tem uma imensa população que vive na miséria, mas que procura a forma correta se livrar dessa situação, através da educação, do trabalho e proteção dos sacrificados tributos que a população deseja um destino eficaz.

Aqui no Brasil temos situação semelhante ou talvez mais grave com o foro privilegiado, quando os políticos em exercício não podem ser movidos em tribunais convencionais, somente pelo Supremo, È muito conveniente pra eles, alguns correm atrás de um mandato só com o objetivo de conseguir o tal foro privilegiado, e assim permanecer impune, porque o Supremo é só um para milhares de questões. O presidente da república fica ainda mais confortável, porque é ele quem nomeia os ministros do Supremo. Não era pra ser uma nomeação, uma escolha numa relação tríplice, de uma relação elaborada com autonomia no judiciário, mas pelo que se observa é nomeação mesmo, a imprensa, propositadamente inocente, notícia com muita normalidade “O presidente nomeia...”

Vivemos na esperança de que em breve as coisas se acertarão, imbuídos no otimismo exacerbado do trabalho de marketing do governo, nem percebemos que uma denuncia de corrupção no primeiro escalão enviado para CGU, é mesmo que eu me investigar. Não é questão de duvidar, é que ninguém deve acreditar em autoinvestigação. Não vou me pronunciar.

Os indianos procedem dessa forma, porque eles sabem da importância da mudança necessária para transformar uma sociedade de milhões de excluídos em um país de oportunidades, com recursos bem utilizados em educação, saúde e infra estrutura para apresentar crescimento sustentável em torno de 7%, ao ano, até mesmo com cenário internacional em crise, enquanto por aqui não podemos crescer mais do que 3,5% porque os recursos tesouro nacional não foram bem utilizados. Portanto só resta ao governo ficar justificando a nossa lentidão culpando os outros países.


domingo, 7 de agosto de 2011

FAXINA



Novamente a revista Veja cumpre seu papel de jornalismo investigativo, independente e, denuncia outro caso de corrupção, agora no Ministério da Agricultura com a demissão sumaria do Secretário Executivo da Agricultura Milton Ortolan. A presidente, com isso, fortalece o cenário de que, o governo, está fazendo uma faxina no serviço público, varrendo a corrupção, assim como é divulgado pela imprensa. Com a população sem informações salutares, a imprensa cliente do governo federal, oposição fragilizada, os sindicados atendidos, principalmente, nos anseios da instituição, que no da classe, a UNE com conta bancaria irrigada pelo Contribuinte, fica muito fácil a projeção de austeridade do governo no combate a corrupção. Na verdade quem está procedendo a faxina é a VEJA, Dilma esta sendo instrumento no processo. Poderia ser a Presidência se as iniciativas tivessem origem por lá, através da CGU, é para isso que o órgão existe, para sintonizar os casos de corrupção em todo nível da administração pública, direcioná-los ao ministério público e os casos mais graves, do primeiro escalão, comunicar ao chefe do Executivo.

É uma faxina que existe o corrupto que é punido com a demissão, mas o corruptor até agora não se tem conhecimento de resultado de alguma investigação, como se o puro fato da demissão encerrasse o caso. Não há corrupto sem corruptor. Se ficar dessa forma parece uma faxina sem detergente depois que passa, percebe-se que não foi bem feita.

A imprensa ajuda muito na formação da imagem de combate a corrupção. Ontem no simpático programa de Cristiana Lôbo “Fatos e Versões” ela fala: “a marca do estilo Dilma em 7 meses demitiu 3 ministros”. Continua mais em frente: “Me impressiona nesse processo é o conjunto da obra. Dilma já demitiu Palocci, quando muita gente inclusive o Lula já achava que o problema estava superado, quando o procurador disse que não iria investigar, ela não achou que estava superado, demitiu”.

“Ela deu atribuições ao ministro Alfredo Nascimento para ele conduzir as investigações do Ministério dos Transporte, ele achou que estava com a atribuição. Ela não achou, demitiu”.

O caso Palocci se arrastou muito, estava prejudicando um governo quase na inércia, houve uma reação dos twitteiros que começou com #dilmademitaPalocci depois foi para #nãoconfionadilma e fluiu para #foradilma, que só parou com a demissão de Palocci, houve forte indignação de uma certa camada social. Dilma não tem o mesmo carisma de Lula e a demora em demitir Palocci estava começando a fertilizar a oposição. Dilma demitiu Palocci porque foi a única saída para dormir melhor.

Quanto ao Alfredo Nascimento houve uma contradição: “Ela deu atribuições...” “Ela não achou, demitiu”. Parece haver um arrependimento pela percepção que poderia ser outro prolongado desgaste. Demitir imediatamente foi uma estratégia que deu certo perante ao eleitorado. Contradição, também, quando o ex-ministro diz que não é lixo, na tribuna do senado, porque numa faxina é o lixo que vai pra fora, é essa a imagem que o governo fez a população assimilar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

MAL ENTENDIDO



A saída de Nelson Jobim do governo era questão de tempo. Os fatos recentes, que foram comentados, algum tempo atrás, com profissionais da revista Piauí anteciparam a demissão do Ministro. Vendo o video, que mostra o teor da entrevista, verifica-se que a serie de provocações, que parecia proposital, não aconteceu da forma como a mídia fez a população acreditar.

Serie de expressões de Nelson Jobim que contrariou Dilma:

“Uma coisa é o direito de memória, outra é revanchismo e, para revanchismo, não contem comigo”.

“Quero que o futuro se aproxime do presente. Às vezes, gastamos uma energia Brutal refazendo o passado. Existem países sul-americanos que estão ainda fazendo o passado, não estão construindo o futuro. Eu prefiro gastar minha energia construindo o futuro”.

Em junho de 2009, quando questionado sobre a punição de militares envolvidos com a ditadura militar.

“Nunca o Presidente (FHC) levantou a voz para ninguém”.

“Nelson Rodrigues dizia que no seu tempo os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, é que os idiotas perderam a modéstia. Nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”.

Em 30 de junho durante a homenagem aos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso

“Ideli é muito fraquinha e Gleisi nem sequer conhece Brasília”
Em julho para revista Piauí, publicado em 04.08

“Eu votei no Serra”

“Serra agiria como Dilma nos Escândalos”.

“Ressentimento é coisa de político amador”.
Dia 26.07 em entrevista com Fernando Rodrigues da Folha.com.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

DISCUSSÃO



Finalmente foi votado o acordo no Congresso americano que amplia o limite da dívida dos EUA. Foi um imbróglio que durou mais de 3 semanas, não faltaram as milhares de opiniões no mundo inteiro sobre as dificuldades impostas pela oposição. Muitas delas irritadas e culpando o oportunismo político. Toda discussão de entendimento entre governo e oposição é política. Então, eu pergunto: para que serve o Congresso? Não seria para impor ao governo contenção de despesas quando se gasta descontroladamente? Ou impedir aumento de impostos? Etc. Toda essa discussão não foi desnecessária, serviu para mostrar ao mundo que os EUA não são invulneráveis, para que a sociedade americana tomasse consciência do rumo que seu país estava sendo direcionado. Afinal, aumentar limite da dívida sempre que o governo solicita não é solução, é adiamento de calote. Por outro lado existe necessidade de observar o comportamento da China que é, cada vez mais, uma forte concorrente e foge do endividamento. Nessa queda de braço ganhou os EUA que resultou na obrigação do governo reduzir gastos.

A nossa dívida é muito menor mais parece do mesmo tamanho, por causa da diferença dos juros que é no máximo 1,5% por lá e aqui 12,5% isto significa que eles pagam por ano, numa dívida de 14 trilhões algo em torno de 200 bilhões de dólares em juros, equivalente a 310 bilhões de reais. Enquanto o custo de nossa pequena dívida de dois trilhões de reais custa em torno de 220 bilhões de reais por ano. A dívida brasileira estrangula possibilidades de investimentos em infra estrutura que, sem isso, não conseguiremos crescimento sustentável. Portanto, é insensatez deixar essa dívida crescer.