Não se trata de pessimismo ou jogada
de praga, mandiga etc. quando afirmo que
a inflação não retornará mais a meta de 4,5% que, por sinal, é alta, a não ser
por recessão. Não falo por torcer contra, é verdade que a grande maioria da
população não se ocupa desse problema, prefere ver as coisas acontecerem nesse
sentido e acreditar na sorte. No início do ano de 2011 eu escrevi Engessamento
e disse que o Lula iria deixar o país engessado, isto é, sem condições de
crescer, numa situação de se ficar o bicho come e se correr o bicho pega,
escrevi também Sem Saída, tudo sobre a armadilha do otimismo sem ação de um
governo que acreditava que a esperteza regularia a inércia. Mas porque tanta
segurança? Acontece que este governo tem a eficácia de tornar a nação surda
quando se toca em assuntos que lhe incomoda, e alardeia das ações que a lógica
leva parecer eficientes, dessa forma, o governo cumpri seu objetivo
principal que é manter uma popularidade sempre em alta. Só mesmo com muita
atenção se ouvi falar que desde o início da gestão petista não há investimentos
em infraestrutura em montantes mínimos necessários, sem isso estimular o consumo pode ocorrer riscos inflacionários, e foi exatamente o que o Lula fez gerando uma defasagem
que o governo atual ampliou e para regular seria necessário aplicar algo em
torno de R$ 1 trilhão em um ano com gasto em investimentos para colocar o país
no rumo do crescimento sustentável. Impossível,
montante e tempo que o governo jamais poderá realizar, a saída foi buscar a
participação do capital privado com a retomada das privatizações, mas como ter
sucesso nessa investida se os gestores
petistas não mediam esforços para piorar o ambiente de negócios do país e assim
minar a competitividade. Jogar com a inocência da população os petistas não
tiveram probidade, e nem tomaram consciências entre grosserias e versões
inescrupulosas como fez a presidente Dilma numa cerimônia com a presença do governador paulista, Geraldo Alckmin: “A
gente tinha de pedir autorização para investir. Por isso foi tão bom, né, governador,
a gente ter pagado a dívida do Fundo Monetário, que não supervisiona mais
nossas contas.”
Alckmin é um cara polido, pelo menos engole sapo para
demonstrar porque poderia muito bem dar a merecida resposta em vez de ficar
calado, também pela condição de governador que sempre fica oprimido perante ao governo federal em
decorrência da liberação de verbas, mas seria algo dessa natureza que deveria
ser dito: O FMI nunca proibiu o Brasil
de investir, o fundo em certos momentos exigia que o país fizesse austeridade
fiscal, era necessário na época, e quando há necessidade desse procedimento o
campo fica avesso a investimentos, assim como, também, fomos aconselhados desde
o regime militar que o governo iniciasse um processo de privatização que foi
protelado até acontecer o estouro da inflação nos anos oitenta que se prolongou até a primeira
metade dos anos noventa, ação que seu governo resolveu deixar de criticar
agora forçado pelas circunstâncias e, retoma por medo de uma nova estourada inflacionária
em suas mãos, o que prova que língua solta não significa produtividade. Nos pagamos sim o FMI, mas não foi ação de um único governo como insinua o seu partido, pois este evento teve início em 1983. O governo do PT somente concluiu.
Depois de resolvido o problema da instabilidade monetária e a organização das
Contas Públicas, aí sim seria o momento do país executar investimentos, mas não
fizeram e não foi por proibição do Fundo Monetário Internacional, a consequência
é atual pressão inflacionária que volta a inibir o crescimento da nossa
economia e a incerteza que nos ronda.
Abaixo o cronograma de desembolso de pagamento do FMI