Poderia me sentir um bobo útil
sempre lutando contra um governo que se, por acaso, não for reeleito outro
ganhará, e nada ganharei diretamente com isso. Falei diretamente, mas
indiretamente poderei ganhar muito, mas, por entender
que demonstrar patriotismo não se resume em cantar emocionadamente o Hino
Nacional e depois se deixar cair na lábia da esperteza de quem comanda os
nossos destinos, que pelo visto estamos regredindo com um governo que se
preocupa em esconder o lixo debaixo do tapete, e enganar sempre, um governo que
não governa que não seja pela força da ideologia ineficaz com o apoio de meia
dúzia de doutrinados que agora sentem a possibilidade de experimentar um
sistema de governo que deu errado por todos que atreveram e, sem poder exercer
essa transformação, protela ações vitais agindo por força das circunstâncias
como no caso das privatizações dos portos e aeroportos e rodovias federias que
só feita para que a corda dure mais um pouco para arrebentar, um governo que
sobrevive repetindo o populismo e ao deslumbramento do eleitorado que se nega a
entender que o processo de crescimento econômico vivido no país em alguns
períodos da década passada ocorreu por força da estabilidade econômica e não
pela presença do PT no palácio do Planalto e que por inércia dos últimos
governos estamos em retrocesso.
Ao longo dos últimos anos os
petistas foram eficientes em desconstruir o construtor para ocupar seu lugar
com a cumplicidade da mídia que eles próprios a chamam de PIG (partido da
Imprensa golpista), mas sociedade começa a sentir os sintomas da má condução da
economia, atordoada, desconhece a origem do mal e como combater, promoveram,
sem nenhuma pauta, no primeiro semestre do ano passado movimentos de protestos
contra a corrupção, o precário serviço de saúde, a ineficiência da educação, e
a falta de segurança. Estamos próximo de completar um ano depois dessas
manifestações e só ouvimos da presidente dizer que ouviu o clamor popular sem
nada de concreto acontecer.
Da forma como foi pedido o
combate a corrupção até político
corrupto também o fazem, no entanto, a sociedade tem que entender como
disse Peter Eigen, criador da Transparência Internacional. “Só o
comprometimento da sociedade é eficaz no combate à corrupção”. Não são as
faixas nas ruas pedindo o fim da corrupção que vai alterar esse comportamento.
Afinal, que corrupção? O combate à corrupção começa com o bom funcionamento das
entidades democráticas e isso só pode ser possível com a transparência até no
momento do Executivo nomear um Presidente de Tribunal ou ministro do Supremo, o
fato da Constituição delegar essa competência ao chefe do executivo, não deve
ser entendido que possa nomear quem ele quer, é necessário obedecer alguma
regra cujo beneficiado seja a sociedade e não grupos do governo ou do partido
que governa. É um direito e não dever da população confiar nas decisões
judiciais. Nós interessados devemos ficar atentos e criticar o mal no momento
que acontece.
A educação e saúde são duas
atividades que não melhora só por insuficiência de recursos, mas principalmente
pela gestão, pode multiplicar a disponibilidade de recursos nada vai melhorar
com uma gestão ineficiente. É a história das nomeações que são feitas em sua
totalidade não por competência, mas pelo dividendo eleitoral que a presidente ou
partido possa auferir e, essa condição é regra que o governo nem se acanha de
exibir, até a imprensa já apresenta a situação com uma normalidade. No que
concerne a saúde, talvez, os manifestantes foram os bobos úteis, porque a
presidente aproveitou a situação para anunciar a contratação de médicos
cubanos. “Atendendo as manifestações das ruas...”, que atendendo manifestações
se as negociações com Cuba já aconteciam há muitos meses atrás.
A segurança é tão critica quanto cruel, só
piora, é como diz Olavo de Carvalho “as universidades brasileiras são
verdadeiras formadoras de imbecis”. São pessoas que não sabem definir
competências entre município, estado e união, acham que não devem se importar
com política, sempre elegem um culpado pela influência, o falso consenso; a segurança sempre é do
Estado o único responsável, ou é a ação da polícia que atua mal, “é falta de
policiamento” é o diagnostico mais comum. Imagine uma grande cidade que deveria
colocar dois policiais em cada esquina, olha o custo, a polícia prende alguns
dias depois estão nas ruas ameaçando e matando policial que se arriscam por um
misero salário. A causa ou a ação do tráfego de drogas deve ser de competência
do governo federal. Se menos droga entra no país mais eficiente seria o trabalho
nos Estados. Nos últimos acontecimentos em São Luís ninguém falou na possibilidade
de traficantes de alta periculosidade migrarem para a capital maranhense pela aptidão torna o complexo portuário da cidade como rota de
trafego internacional de drogas. Todo mal para ser bem combatido tem que ser bem
diagnosticado.